O Conselho de Administração da Petrobras aprovou ontem (23) o Plano Estratégico (PE), que prevê US$ 102 bilhões em investimentos para o período 2024-2028. O valor representa crescimento de 31% em relação ao anterior. Segundo a empresa, o primeiro plano da atual gestão ” visa preparar a Petrobras para o futuro e fortalecer a companhia, iniciando um processo de integração de fontes energéticas essencial para uma transição energética justa e responsável”.

O anúncio veio em linha com a expectativa da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que comemorou o plano ,vendo fortalecimento da empresa e reflexos positivos para a economia e a população. “A Petrobras está retomando sua trajetória de indutora do desenvolvimento do país, voltando à posição de maior empresa investidora do Brasil”, afirmou o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar.

Disciplina de capital

“Aumentamos os investimentos totais da Petrobras com responsabilidade, foco na disciplina de capital e compromisso de manter o endividamento sob controle”, declarou, por sua vez, o presidente da estatal, Jean Paul Prates. “Também intensificamos os investimentos em baixo carbono com projetos rentáveis para geração de valor no longo prazo. Vamos fazer a transição energética de forma gradual, responsável e crescente, investindo em novas energias e sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleo ainda necessária para atender a demanda global de energia e financiar a transição energética.”

A empresa afirma que o novo plano “será implementado com atenção total às pessoas, segurança e respeito ao meio ambiente, perpetuando valor para as gerações futuras”. “A governança será respeitada em todos os processos decisórios e avaliações de projetos, garantindo sustentabilidade e rentabilidade, com mais transparência”, diz a Petrobras. De acordo com comunicado divulgado após a aprovação do plano, as projeções “indicam que aproximadamente 60% da geração de caixa da Petrobras retornará para a sociedade na forma de tributos e pagamentos à União, estados e municípios”.

Maior parte em exploração e produção

Do valor total previsto, US$ 91 bilhões correspondem a projetos em fase de implementação e US$ 11 bilhões, a projetos em avaliação, sujeitos a estudos complementares. Segundo a Petrobras, o aumento dos recursos está ligado principalmente a novos projetos, ” incluindo potenciais aquisições, a ativos que estavam em desinvestimento e voltaram para a carteira de investimentos da companhia”. Mas também à inflação de custos, “que impactou toda a cadeia de suprimentos”.

Entre as áreas, o segmento Exploração e Produção (E&P) representa 72% do total a ser investido. Em seguida, vêm Refino, Transporte e Comercialização (RTC) com 16%, Gás e Energia (G&E) e Baixo Carbono com 9% e, por fim, o Corporativo, com 3%.