Nesta sexta-feira, 23, confirmando uma tendência estadual já apurada em diversas bases, trabalhadores e trabalhadoras da sede administrativa da Petrobrás, em Natal-RN, rechaçaram, com 77,5% dos votos, a terceira contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), recentemente apresentada pela companhia.
A sessão foi realizada no período da manhã, em frente ao portão principal de acesso às instalações da empresa, e mobilizou mais de 500 pessoas, encerrando a semana de consultas à categoria. As deliberações prosseguem a partir da próxima segunda-feira, 26, e se estendem até a sexta-feira, 30, percorrendo outras bases administrativas e operacionais.
Além de se posicionar sobre a contraproposta de ACT, a categoria está se manifestando sobre os indicativos de manutenção da negociação coletiva nos pontos divergentes; de prorrogação dos efeitos do ACT atual enquanto houver negociação; e de deflagração de greve, caso a empresa decida retirar algum direito durante o processo negocial.
Assédio
De acordo com diversas denúncias encaminhadas ao Sindicato, a Petrobrás tem assediado gerentes, supervisores e coordenadores de diferentes áreas e setores, para que estes compareçam às assembleias, a fim de intimidar petroleiros e petroleiras, levando-os a aceitar a contraproposta da empresa. E, de fato, esta presença incomum tem sido notada, principalmente, nas sessões realizadas nas sedes e unidades administrativas.
Em princípio, a Diretoria do Sindicato não se opõe a presença de prepostos nas assembleias da categoria. Até porque, alguns são sindicalizados e ocupam funções de chefia por mérito profissional e reconhecimento de suas capacidades técnicas. Contudo, para que sejam honestos com seus colegas de trabalho e, consigo mesmos, seria importante que esses trabalhadores se manifestassem e votassem de acordo com suas próprias consciências.
A Petrobrás terceirizou o processo negocial, contratando “interlocutores” com experiência na área privada, sem qualquer conhecimento da realidade do setor petróleo. As contrapropostas apresentadas até o momento, ou rebaixam, ou eliminam direitos históricos já incorporados com muita luta ao Acordo Coletivo. Além disso, estão sendo incluídas diversas cláusulas no Acordo com a finalidade de atacar as organizações sindicais.
Para o coordenador geral do Sindicato, Ivis Corsino, “não é possível sermos trabalhadores conscientes de nossa importância e papel na sociedade e, ao mesmo tempo, ficarmos alheios ante o rebaixamento das condições laborais, coniventes com a fragilização das relações de trabalho e tornarmo-nos cúmplices da destruição da Petrobrás”.
Veja, a seguir, a votação percentual acumulada no RN, até o momento, e o calendário contendo dia, hora e local de realização das próximas sessões deliberativas.