A categoria petroleira norte-rio-grandense compreendeu a gravidade do momento político e atendeu ao chamamento do SINDIPETRO-RN, incorporando-se à greve nacional de 24 horas, que está sendo realizada nesta sexta-feira, 24 de julho. O movimento integra a agenda da Campanha Reivindicatória-2015 dos trabalhadores do Sistema Petrobrás e acontece em todas as unidades administrativas e operacionais da Companhia.
Em Natal, a paralisação teve início às 5h00, com a suspensão do embarque de turma para o Polo Guamaré. A partir de então, os empregados que chegaram à sede da Petrobrás, na Cidade da Esperança, passaram a se concentrar em frente ao portão principal de acesso às instalações. Às 9h00, quando começou um ato público que contou com a participação de diversas entidades, a adesão ao movimento já era estimada em cerca de 80%.
Em Mossoró, com forte apoio de trabalhadores terceirizados e de representantes dos movimentos sociais, os petroleiros promoveram um trancaço na BR 304, em frente à entrada da Base-34 (sede administrativa da Petrobrás). Munidos de faixas e cartazes, centenas de manifestantes conseguiram bloquear o tráfego por mais de três horas, chamando a atenção de veículos de comunicação e da população local para as bandeiras do movimento.
Já, para os trabalhadores e trabalhadoras do Polo Industrial de Guamaré e das plataformas marítimas do Estado, a principal forma de participação na mobilização nacional desta sexta-feira foi a suspensão da emissão de Permissões de Trabalho e a paralisação de atividades. Nas duas áreas, foram liberados apenas os serviços considerados estritamente essenciais, que envolvessem segurança pessoal e operacional.
Reivindicações – Com a mobilização desta sexta-feira, os petroleiros reivindicam o arquivamento do Projeto de Lei do Senado nº 131/15, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), e rejeitam o novo Plano de Negócios e Gestão anunciado pela Petrobrás. O PLS 131 modifica o regime de partilha, retirando da estatal o papel de operadora única do pré-sal, assim como, os 30% de participação nas jazidas, a ela destinados.
Já, com relação ao Plano de Negócios e Gestão 2015/2019, recentemente aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás, os trabalhadores denunciam as decisões de cortar US$ 89 bilhões em investimentos, com paralisação de diversos projetos; e de arrecadar US$ 57 bilhões com a venda de ativos, que poderá levar à privatização de subsidiárias e à alienação de campos de produção.
Para os petroleiros, caso sejam mantidas, tais metas significarão um profundo golpe no caráter integrado do Sistema Petrobrás, com diminuição de seu papel estratégico de instrumento estatal de fomento ao desenvolvimento, com forte impacto negativo em economias locais, nas quais, a exemplo do Rio Grande do Norte, a indústria do petróleo tenha peso significativo.