Conforme deliberação aprovada em assembleias, a categoria petroleira norte-rio-grandense rechaçou a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho apresentada pela Petrobrás e aderiu massivamente à programação da Greve Geral realizada na última sexta-feira, 14, em atendimento à convocação unitária das centrais sindicais brasileiras, contra a reforma da Previdência.
Em Mossoró, a mobilização teve início às margens da BR-304, em frente à sede administrativa da Petrobrás (Base 34), por volta das 6h00, com a distribuição e colagem de adesivos e realização de reuniões setoriais nas instalações da empresa. Alguns gerentes tentaram mudar as rotas dos ônibus para embarque com objetivo de evitar atrasos na jornada de trabalho. Houve forte pressão de algumas empresas privadas para evitar a adesão ao movimento, mas o sentimento geral era de apoio à luta.
No período da tarde, trabalhadores de diversas categorias participaram de uma caminhada no centro de Mossoró que reuniu cerca de seis mil pessoas. A manifestação teve início às 15h00, em frente à igreja católica, no Alto de São Manuel, e seguiu até a Praça do PAX, no centro da cidade. O protesto contou com grande participação de petroleiros, caminhoneiros, metalúrgicos, professores, servidores públicos, profissionais da saúde, bancários e dezenas de outras categorias.
Em Natal, apesar do dia chuvoso, a mobilização foi vitoriosa. Logo nas primeiras horas da manhã, trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás e de empresas privadas se concentraram em frente à sede administrativa da companhia, na Cidade da Esperança, onde realizaram um ato público, com chamamento para a manifestação unitária. A maioria dos trabalhadores da unidade aderiu ao protesto, permanecendo durante toda a manhã do lado de fora da empresa.
No período da tarde, a partir das 15h00, trabalhadores de diversas categorias profissionais concentraram-se no cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado filho, no bairro de Lagoa Seca. Em seguida, a partir das 16h00, saíram em caminhada até a Praça da Árvore, em Mirassol, onde foi realizado um show de encerramento. A organização do movimento estima a participação de cerca de 40 mil pessoas.
Nas áreas operacionais, houve forte adesão ao movimento. No Ativo Industrial de Guamaré, a paralisação foi bem sucedida, com suspensão da emissão de permissões de trabalho (PTs) e adesão de 100% dos trabalhadores de todas as empresas terceirizadas. Em toda a área, foram mantidas apenas pequenas equipes de contingenciamento e um grupo de sobreaviso, fora das instalações.
Nas plataformas marítimas também houve suspensão da emissão de PTs, enquanto no Ativo de Produção de Alto do Rodrigues, em razão da escala de trabalho própria daquela unidade, a manifestação de protesto dos trabalhadores foi realizada na véspera do movimento de greve (quinta-feira, 13), com a realização de um Ato Público na entrada da unidade.
Nacionalmente, segundo a Federação Única dos Petroleiros – FUP, a greve da categoria atingiu 10 refinarias e unidades da Petrobrás em 12 Estados, com grande participação, espírito unitário e disposição de luta. Além de impedir o fim da Previdência Pública, a categoria petroleira se mobiliza contra a privatização do Sistema Petrobrás, em defesa da soberania nacional, por um ACT digno e por políticas públicas que levem à retomada da atividade econômica, gerando empregos, com trabalho decente e renda digna.