Milhares de trabalhadores aposentados da Petrobrás, além de pensionistas, viram seus rendimentos mensais despencarem entre o fim de 2021 e o começo de 2022. O principal motivo foram os descontos realizados pela Petros (Fundação Petrobrás de Seguridade Social), em decorrência de cobranças indevidas da AMS (plano de saúde dos trabalhadores da empresa) que em muitos casos ultrapassaram a margem consignável estabelecida em lei.
Apesar disso, o Conselho de Administração (CA) da Petros incluiu na pauta de votação da última segunda-feira (27) um bônus de desempenho aos seus quatro diretores executivos no valor R$ 9,3 milhões. O que é um absurdo, pois e 2021, todos os planos da Petros registraram prejuízo de 4,1%, totalizando um rombo de R$ 9,36 bilhões. Os resultados contábeis de 2022, entretanto, ainda não foram divulgados.
Essa sinalização ocorre há pouco mais de três meses da aprovação pelo próprio CA, no dia 10 de novembro de 2022, de um novo Plano de Equacionamento (PED) para o ano contábil de 2021. O PED-2021 prevê equacionar um déficit de R$ 7,7 bilhões verificado no Plano Petros do Sistema Petrobrás – Repactuados (PPSP-R).
Na visão do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do RN, o pagamento de bônus, em tese, deveria se referir a concessão de benefícios aos trabalhadores e gestores em razão de um bom desempenho, nesse caso do fundo de pensão.
“A concessão de bônus no cenário de desempenho insatisfatório, ou que gere ao fundo de pensão ônus aos seus participantes e assistidos em contribuições extraordinárias, é no mínimo uma piada de mau gosto! Não há de se falar em bônus em cenário de insegurança ao participante e assistido, o nome disso é GOLPE!”, coordenador geral do SINDIPETRO-RNc, Ivis Corsino.
Veja a opinião da FUP sobre o assunto: https://fup.org.br/57496-2/