Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) adverte que a opção da Petrobras em manter o preço dos combustíveis em paridade com o mercado internacional tem como objetivo facilitar a privatização das refinarias da empresa.
“A política de preços dos combustíveis praticada pela atual gestão da companhia visa atrair os pretensos compradores na obtenção de lucros fáceis e rápido”, alertou a Federação.
Segundo a entidade, é grande o impacto dessa política no custo de vida da população. Somente nos últimos 12 meses, a inflação ficou em 4,58%, o reajuste aplicado na gasolina chega a 15,5% e no diesel 13,6%.
Assim, quando comparamos o preço da gasolina entre os países produtores de petróleo, segundo a consultoria Air-Inc, o Brasil apresenta a segunda gasolina mais cara.
Preço da gasolina em US$/litro
1º Noruega 1,89
2º Brasil 1,34
3º Angola 0,97
4º Gabão 0,94
5º China 0,92
6º México 0,82
7º EUA 0,62
Fonte: Consultoria Air-Inc
A entidade diz que a situação poderia ser bem diferente se o governo explorasse o potencial da empresa no setor.
“O Brasil consome 1,9 milhões de barris de petróleo por dia, a produção está em 2,6 milhões de barris/dia e a capacidade de refino em 2,4 milhões de barris. Assim, somos um país praticamente autossuficiente de petróleo, posição invejável no mundo moderno”, destacou.
Sem a exploração dessa capacidade, a empresa leva os trabalhadores brasileiros a pagarem preço altos no diesel, na gasolina e no gás de cozinha.
“Desde 2017, quando Pedro Parente e Michel Temer adotaram a nova metodologia de preços dos combustíveis, em que a referência passa a ser o custo do barril de petróleo no mercado internacional e, de maneira deliberada, reduzindo a carga das refinarias, a FUP alertava para quem seria prejudicado por essas escolhas: a população”, diz a nota.
A greve dos caminhoneiros e dos petroleiros em 2018, segundo a entidade, desnudou a intenção dos gestores da Petrobrás, que era da entrega do patrimônio nacional e o favorecimento das importadoras de derivados, que saltaram de 50 para mais de 200.
A FUP afirmou que atualmente o presidente da Petrobrás, Castelo Branco, já anunciou que quer vender todo parque de refino.
“Se isso acontecer, vai onerar ainda mais a população brasileira. Portanto, não basta o Presidente da República suspender o reajuste no diesel para agradar os caminhoneiros. Tem sim que mudar a política de preços da Petrobrás e proporcionar um maior equilíbrio entre o consumo da população, nossa capacidade de refino e lucratividade da empresa, fortalecendo nosso parque de refino”, recomendou a Federação.
Da redação do Portal Vermelho