A privatização que o governo golpista vem impondo ao Sistema Petrobrás reflete diretamente na queda do PIB e no desemprego que atinge mais de 20 milhões de brasileiros. O que está em risco não é só um patrimônio construído há mais de 60 anos, mas toda a cadeia produtiva de um setor estratégico para a soberania e o desenvolvimento do país. Este crime, além de comprometer o futuro da petrolífera, cujas reservas já retrocederam 15 anos, está desmontando a engenharia nacional e a indústria naval, como nos anos 90.
É preciso que os trabalhadores e a sociedade reajam para que a Petrobrás volte a ter papel central na política industrial brasileira, atuando de forma integrada com suas subsidiárias em prol dos interesses nacionais. Em reunião esta semana, o Conselho Deliberativo da FUP aprovou uma agenda de lutas para barrar a privatização da empresa. Na próxima quarta-feira (08), as assessorias jurídicas do movimento sindical petroleiro realizam um encontro técnico para construir e implementar estratégias jurídicas de enfrentamento ao Golpe de Estado e ao desmonte da companhia.
A FUP também está convocando os trabalhadores e os movimentos sociais para que participem em 14 de fevereiro do Dia Nacional de Luta Contra a Privatização do Sistema Petrobrás. Além de mobilizações nas unidades da empresa, será realizado um ato político no Espírito Santo, em memória das vítimas da explosão no navio-plataforma Cidade de São Mateus, da BW Offshore, que matou 9 trabalhadores e feriu outros 26. O acidente, ocorrido no dia 11 de fevereiro de 2015, evidenciou como as empresas privadas atuam na indústria petrolífera, precarizando as condições de trabalho e negligenciando a segurança.
Nos anos 90, quando os governos neoliberais sucatearam a Petrobrás, aplicando na empresa o mesmo modelo de gestão do setor privado, centenas de petroleiros perderam a vida em acidentes, alguns deles com impactos ambientais gigantescos. Assim como hoje, efetivos e investimentos foram reduzidos, serviços, equipamentos, navios e plataformas, contratados no exterior.
Na época, Pedro Parente era ministro e braço direito de FHC no Conselho de Administração da Petrobrás, cujo nome ele tentou mudar para Petrobrax, visando facilitar a privatização da empresa. Só não chegou às vias de fato porque os petroleiros e a sociedade reagiram. A mesma luta se impõe novamente agora à categoria.
Com a mesma metodologia e compromissos do passado, Parente já reduziu drasticamente os investimentos da Petrobrás; colocou à venda ativos estratégicos, inclusive campos do pré-sal e subsidiárias lucrativas, ofertadas a preços de banana; voltou a encomendar navios e sondas no exterior e descartou empresas nacionais dos processos licitatórios, como fez recentemente no Comperj, convidando multinacionais envolvidas com corrupção. Seu próximo passo é abrir o controle societário das refinarias, como já vem sendo ventilado na imprensa.
Mesmo com todo o desmonte que vem impondo ao Sistema Petrobrás, Pedro Parente ainda tem a desfaçatez de afirmar que privatização não está na sua agenda. Como os demais golpistas, ele sabe que a sociedade não admitirá a entrega de uma empresa com tanta simbologia e importância na história do país.
Apesar de toda a campanha da mídia para desconstruir a identidade estatal da Petrobrás, atacando e desmoralizando seus trabalhadores, ela continua sendo um orgulho nacional, cujo patrimônio precisa ser defendido por todos nós. Cabe, mais uma vez, aos petroleiros assumir o protagonismo dessa luta e entrarem de coração e alma nas mobilizações que a FUP e seus sindicatos estão convocando. Não estamos defendendo só nossos empregos e direitos, mas sim um país soberano para as próximas gerações de brasileiros.
Fonte: FUP