Os investimentos na cadeia produtiva de energia do RN, renováveis e combustíveis fósseis, estão na mira das multinacionais. Porém, fica claro a discrepância dos valores investidos em cada segmento e o impacto socioeconômico no caixa do Estado, municípios e União.
O assunto ainda coloca em xeque o real valor de ativos importantes resultantes de investimentos estatais realizados pela Petrobrás, ao longo das duas últimas décadas, durante os governos nacional-desenvolvimentistas.
Em recente audiência pública da Assembleia Legislativa do RN, promovida pelo deputado Hermano Morais (PSB) em 22 de março, a empresa que pretende se tornar a operadora do Polo Potiguar informou que vai investir 7,3 bilhões de reais até 2032 . Na ponta do lápis, assim que quitar o compromisso de R$ 1 bilhão assumido com o atual Conselho de Administração da PETROBRÁS a empresa 3R Petroleum promete investir 700 milhões por ano, durante 10 anos.
De forma semelhante, os empresários das energias renováveis prometem investimentos em outro patamar. Segundo matéria publicada na Tribuna do Norte no último dia 13, a estimativa de recursos é de 35 bilhões em quatro anos, atingindo a marca de investimentos anuais de R$ 8,75 bilhões ao ano.
Durante o evento a empresa proponente conseguiu reunir empresários, investidores e autoridades nacionais e internacionais do setor de energias renováveis, que enxergam o Rio Grande do Norte como uma terra fértil para investimentos em redes de média tensão em plantas renováveis.
Segundo Ivis Corsino, Coordenador Geral do SINDIPETRO-RN “quando se compara as duas propostas de investimentos existe uma discrepância muito grande. Enquanto os empreendimentos do setor eólico chegam ao RN com foco no desenvolvimento em infraestrutura e energia renovável, a 3R Petroleum apresentou um projeto para operar toda a infraestrutura instalada, atualmente operada pela Petrobrás, que representa menos de 10% dos investimentos anuais previstos pelos empresários da energia eólica”.
“Além de não incluir em seus investimentos novos projetos de infraestrutura, os autodenominados ‘produtores independentes de petróleo’ não incluem na sua pauta a aquisição de novos dados sísmicos e a perfuração de poços exploratórios, os quais resultam na manutenção da razão reserva/produção que garantem a longevidade dos projetos na indústria do petróleo, em todo o mundo”, defende o Geólogo Orildo Lima, Diretor da Associação dos Geólogos do RN e diretor de Comunicação do SINDIPETRO-RN.
Com base nas abordagens acima, a Diretoria do SINDIPETRO-RN recomenda que o Governo Cidadão da Professora Fátima (PT) reoriente com urgência o seu planejamento estratégico quanto aos novos investimentos na cadeia produtiva de energia, sob pena de prejuízos futuros imensuráveis ao povo do Rio Grande do Norte.