Após a formulação e a entrega de um ofício com recomendações claras sobre medidas preventivas ao corona vírus (COIVD-19) na semana passada (baseadas nos critérios estabelecidos pela OMS – Organização Mundial da Saúde), o SINDIPETRO-RN, no que tange a categoria petroleira, e preocupado com os possíveis efeitos econômicos causados por esta pandemia, elaborou mais um documento que foi protocolado hoje, dia 1º de abril, na Petrobrás, além de lançá-lo como uma carta aberta à toda sociedade, na tentativa de aglutinar forças para fortalecer uma estrutura mínima que dê chance ao trabalhador de ter o mínimo de dignidade em tempos de crise como este.
O objetivo da carta é bem claro: cobrar a responsabilidade social, inerente à Petrobrás, para que ela assuma seu papel de estatal e estabeleça medidas efetivas nos municípios em que a mesma exerce atividades de exploração.
Isso porquê, estamos diante de uma cadeia imensa de dependência e troca de interesses econômicos, construída pela própria Companhia há um tempo atrás (quando os campos terrestres de petróleo eram o foco principal, e os mais lucrativos da empresa). Só que, agora, não podem ser desprezados, e muito menos esquecidos, só porquê mudaram-se a prioridades e surgiram fontes de exploração mais rentáveis.
Alguns fatos, decorrentes de escolhas que a atual gestão da Petrobrás vem priorizando, sob orientação do atual Governo Federal, se evidenciam ainda mais num momento como este. O Sindicato tem feito ao longo dos anos (mais ainda no pós golpe de 2016) inúmeras denúncias sobre trabalhadores próprios que estão sendo transferidos/aposentados, para facilitar uma manobra privatista globalizada, à critério da atual gestão – ou estão sendo dispensados, como no caso dos trabalhadores terceirizados das sondas que estão sendo hibernadas.
Na contramão disso tudo, a Petrobrás ainda anunciou hoje, medidas que passaram a vigorar a partir do seu anúncio, e que afetam a categoria como um todo, sem passar por qualquer negociação com os sindicatos registrados. Prejudicando principalmente os trabalhadores sem função, e privilegiando sempre o capital, bem como seus acionistas.
Além disso, ainda vem ocorrendo o descumprimento sistemático do último acordo coletivo aprovado pela categoria, reconhecido por instâncias superiores do trabalho, e tendo uma diminuição significativa de atividades nas cidades produtoras, que ficaram sem o suporte financeiro dos royalties, do qual já eram habituadas em outros tempos, de prosperidade.
Este é um momento extremamente delicado, onde a sociedade precisa ter muita cautela ao decidir o que é primordial à sua família, à sua cidade, aos estados e ao país, mas também ao sustento de uma cadeira produtora que suporta uma parcela importante de trabalhadores e famílias.