Os novos ajustes institucionais, que desmontam as bases da Petrobrás no Rio Grande do Norte e restringem direitos, foram o tema central da reunião periódica do SINDIPETRO-RN com o setor de Recursos Humanos da empresa, realizada na manhã desta segunda-feira, 31, nas dependências da Sede Natal. Segundo a gerencia de RH, as medidas do PNG estão sendo revistas atualmente, por causa das saídas do PIDV, e logo virão respostas mais claras sobre como vai impactar o novo Plano de Negócios aqui no Estado.

Na atual etapa do Plano de Negócios e Gestão – PNG 2017/21, fica evidente o alinhamento das políticas da Companhia com as diretrizes do governo golpista de Michel Temer, e sua intenção de desestruturar a produção terrestre no Estado, sem levar em consideração o compromisso social que a empresa deveria ter com as áreas onde se encontra instalada.

Considerados pela atual Direção da Petrobrás como de “baixo rendimento”, campos terrestres e marítimos passaram a ser alvos privilegiados da política de privatização. E tal como numa empresa privada qualquer, a venda desses ativos vem sendo preparada sem qualquer preocupação com os trabalhadores que neles atuam e consequentemente com suas famílias.

Durante a reunião, a Diretoria Colegiada colocou de forma clara o papel do Sindicato diante desses fatos. “Com o PNG passando por cima de tudo, só há o caminho da luta. A gestão da Petrobrás está tomando medidas que mudam rapidamente a realidade e o cenário dos trabalhadores no Estado. A reação da força de trabalho vai se dar de acordo com a velocidade com que essas coisas estão acontecendo”, afirmou o diretor, Ivis Corsino, sobre a capacidade de resposta da categoria.

Relatos e respostas

Atento aos problemas que têm surgido, agravados pelo elevado nível de estresse decorrente dos problemas de comunicação da empresa e da situação de incerteza que passa a categoria, o Sindicato aproveitou a reunião com o RH para manifestar preocupação com o descaso aos trabalhadores de diversas áreas que estão sendo desativadas. E, dentre elas, foi destacada a situação de Pescada, no Ativo Mar.

Naquele campo, os trabalhadores reclamaram a diminuição de embarcações após serem reprovadas em vistoria das Marinha e a falta de enfermeiros em determinadas situações. O Sindicato cobra que a Companhia cumpra o ritual correto e que respeite prazos, para poder desabitar a área. Em razão disso, está confeccionado um relatório que expõem tais medidas, indicando que o trabalhador não pode submeter-se a situações de risco ou ser pressionado a acelerar o processo padrão para desativar o posto.

A Petrobrás, por sua vez, disse que a situação das embarcações já está sendo regularizada, e que na última inspeção não houve diminuição no número de embarcações. Se comprometendo também a verificar a questão da enfermaria, e o andamento de ações para desativar o Ativo Mar.

Outros pontos relatados ao setor, em outras oportunidades, foram lembrados pelos diretores do SINDIPETRO-RN e cobrados nessa reunião. Como no caso do contrato de alimentação do Alto do Rodrigues, em que há muitas reclamações sobre a qualidade da comida servida; e os ajustes nas escalas de trabalho em Polo de Guamaré.

Em retorno, às colocações feitas pelo Sindicato, foi prometido pela RH a revisão do prazo de contrato, e uma atenção maior sobre a qualidade e higiene da comida servida aos trabalhadores do Alto, e citada uma reunião com trabalhadores do Polo, em que a Companhia afirma já haver uma decisão dos trabalhadores em aderir à escala da UTPF.