O desmonte das empresas do Sistema Petrobrás está diretamente relacionado à política de preços dos derivados de petróleo e as privatizações, implantadas desde o governo Temer, em 2016, quando a gestão da petrolífera passou a reajustar os produtos nas refinarias, com base no Preço de Paridade de Importação (PPI).
Um exemplo claro é o projeto implementado pelo atual governo de vender as refinarias da Petrobrás. Se isso acontecer, as empresas privadas vão ocupar espaço no território nacional, tornando-se maioria, e essa política de preço dos combustíveis aplicadas com base no valor do dólar se tornará irreversível, pois o que interessa para as empresas estrangeiras é o maior lucro, e os brasileiros, além de continuar a pagar mais caro, não terão gestão alguma sobre isso.
O Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte, assim como os demais sindicatos ligados à FUP, vêm mobilizando os trabalhadores e dialogando com a sociedade. Mostrando que é possível a Petrobrás se manter soberana e voltar a cumprir o seu papel social, não só em relação a garantir o abastecimento nacional com preços mais justos para a população, como também por meio de investimentos no país e da integração da empresa.
A culpa das mudanças
O governo Bolsonaro intensificou ainda mais o desmonte e as privatizações iniciadas no governo Temer, colocando à venda oito refinarias, terminais, redes de gasodutos e subsidiárias, como a BR Distribuidora e a Liquigás, que já foram privatizadas.
O resultado desta política é o aumento do desemprego, avanço da desindustrialização e desnacionalização, além de preços abusivos para o consumidor.
Somente neste ano de 2021, os reajustes dos derivados nas refinarias da Petrobrás chegam a 41,5% para a gasolina; 34,1% para o diesel; e a 17,1% no gás de cozinha. Para a FUP e seus sindicatos, somente o fim do PPI vai dar a previsibilidade necessária aos preços dos combustíveis que a população necessita, já que os combustíveis impactam em toda a cadeia produtiva e pressionam a inflação.
Ações de subsídio
O objetivo das ações solidárias (como a que o SINDIPETRO-RN fez em fevereiro de 2020 com o gás de cozinha e está lançando agora com a gasolina) é dialogar com a população, provando que os preços dos combustíveis poderiam ser menores que os praticados pela Petrobrás (com a atual gestão federal), se extinguisse o PPI e voltasse a ser gerida com foco nos interesses nacionais e não apenas dos acionistas privados, como vem ocorrendo.
Volta preço justo!
Para acabar com tudo isso, a Petrobrás gerida por governos de direita tem que parar de atrelar os preços dos derivados no Brasil às cotações do barril de petróleo no mercado internacional e ao valor do dólar.
O movimento sindical petroleiro defende que a Companhia volte considerar os custos nacionais de produção dos combustíveis nos cálculos, já que é o petróleo nacional que é processado nas refinarias brasileiras, e que estas são capazes de suprir 90% dos combustíveis necessários ao abastecimento nacional, como era feito em governos antecessores ao Golpe de 2016.
Vale destacar que os preços justos de gasolina, diesel e gás de cozinha que serão aplicados de forma subsidiada pelas entidades sindicais foram definidos a partir de estudos elaborados por técnicos e economistas, levando em consideração os preços e custos da Petrobrás e a garantia de lucratividade de empresas produtoras, distribuidoras e revendedores. O que prova que o consumidor não precisa e não deve pagar essa conta.
Com informações da FUP