Para a Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN, a campanha reivindicatória dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás, com vistas à renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2015-2017, chegou a uma situação de impasse. E, no cenário posto, nenhuma mudança significativa deverá ocorrer, se depender exclusivamente do esforço empreendido em mesas de negociação.

A Direção da Petrobrás levou mais de um mês para apresentar uma nova contraproposta aos trabalhadores. E, quando o fez, em 19/10, desprezando a enorme rejeição manifestada pela categoria à proposição anterior, praticamente a repetiu, numa atitude de afronta, insistindo em arrochar salários e cortar direitos.

A estratégia negocial que move a atual Direção da Petrobrás serve aos objetivos mais gerais do governo golpista que se instalou no País. Paralelamente ao desmonte da Companhia, que visa transformar uma empresa integrada, âncora do desenvolvimento industrial, em mera produtora de óleo bruto, Pedro Parente quer, numa gestão duvidosa e desconexa com a realidade do setor petróleo, aumentar a lucratividade do negócio.

E, tal como fazem os usurpadores instalados no Planalto, que pretendem descarregar o ônus da crise sobre os ombros da classe trabalhadora e do povo brasileiro, Parente e seu bando buscam suspeitosamente ampliar os lucros da Petrobrás, num jogo duplo, elevando os dividendos pagos aos acionistas, ou até entregando-a às petrolíferas estrangeiras, às custas da intensificação da exploração da força de trabalho.

Rumos

Nesta segunda-feira, 24, o Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) reúne-se no Rio de Janeiro. Formado por membros efetivos e representantes de cada um dos sindicatos filiados, esse Colegiado terá a incumbência de avaliar o andamento da campanha reivindicatória na Petrobrás e propor rumos para o movimento.

Na opinião da Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN, sem ampla mobilização e pressão da categoria, em aliança com outros segmentos sociais, será difícil aos petroleiros e petroleiras barrarem as ameaças de retrocesso. Por isso, a tática a ser empreendida pelo movimento sindical deve buscar combinar amplitude e radicalidade.

Neste momento, diversas categorias profissionais e movimentos sociais articulam-se para enfrentar a ofensiva golpista. No mesmo dia (19) em que a Petrobrás apresentou sua última contraproposta, oito centrais sindicais aprovaram uma agenda de protestos contra as reformas trabalhista e da Previdência – e também em defesa do Pré-sal, com greves e paralisações, já no próximo dia 11/11.

Também na quarta-feira (19), segundo o portal da União Nacional dos Estudantes (UNE), 51 universidades e 991 escolas e institutos federais, em todo o País, encontravam-se ocupados, em protesto contra a PEC 241, a MP do Ensino Médio e o PL da Escola Sem Partido (Lei da Mordaça). E, no calendário da UNE e da UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), o 11/11 já está agendado como data de início de uma greve geral que deverá unir, na luta, estudantes, professores e funcionários.

Cabe, portanto, ao movimento sindical petroleiro, ciente de que a campanha reivindicatória dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás não se restringe à defesa de interesses corporativos, empreender esforços para construirmos a mais ampla unidade política e de ação contra o inimigo comum. Reunir e mobilizar todos os setores interessados em barrar a implementação do programa golpista é a chave para a preservação da Petrobrás e para a valorização do trabalho.