Desde o início da manhã de hoje (24), petroleiras e petroleiros, próprios e terceirizados, participam de paralisações por todo Brasil e realizam assembleias para que a categoria avalie a aprovação do indicativo de estado de greve. A FUP e seus sindicatos, cobram o cumprimento da determinação do governo Lula pela suspensão das vendas de ativos.
A FUP fez a transmissão das mobilizações dessa sexta com participações ao vivo das direções sindicais que estavam nas bases liderando os atos e assembleias. O diretor do SINDIPETRO-RN, Pedro Lúcio Góis, entrou ao vivo, e fez uma fala direto da assembleia com os trabalhadores do Polo de Guamaré.
Em sua fala, Pedro destaca a importância da Petrobrás para o Rio Grande do Norte, e denuncia o processo de venda de ativos para a 3R Petroleum. “ A gente sabe qual é a importância da permanência da Petrobrás aqui no Rio Grande do Norte. Tanto para a economia do estado, como para garantir os nossos empregos, dos terceirizados, e para o desenvolvimento da indústria petrolífera. Mas não será fácil a situação dos ativos que já tiveram contratos de venda assinados. Isso vai exigir do governo eleito muita firmeza para conduzir e poder reverter o processo de privatização” afirma ele.
“No caso da venda do Polo Potiguar, existe uma série de percalços a serem enfrentadas, como: o empréstimo feito pela empresa compradora por falta de dinheiro; a sua falta de experiência na área de petróleo, por ser uma empresa inaugurante que só entrou no mercado por causa das privatizações do governo anterior; e outra coisa que salta aos olhos é a participação do ex-presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, nesse processo, como responsável pela venda desse ativo, e depois entrando nos quadros da compradora sendo presidente do Conselho de Administração”, alerta Pedro.
Assista na íntegra a transmissão da FUP: https://www.youtube.com/watch?v=n3AYfBBbRnI
Motivo
No último dia 17, a diretoria da Petrobrás, que ainda é ocupada por indicados do governo Bolsonaro, aprovou a continuidade da venda da Lubnor (CE) e dos polos de produção do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo, na contramão da orientação do governo Lula, via Ministério das Minas e Energia, para que a empresa interrompesse as privatizações.
Em documento enviado à estatal no dia primeiro de março, o MME havia solicitado a suspensão por 90 dias da venda dos ativos que estão em andamento.
A decisão sobre os processos de privatização que tiveram início na gestão de Bolsonaro mas não foram concluídos deverá ser pauta da próxima reunião do Conselho de Administração da Petrobrás e caberá à Assembleia Geral Ordinária dos acionistas (AGO), prevista para 27 de abril, a deliberação final.
A FUP tem realizado diversas ações políticas e jurídicas para que a União cumpra o seu papel de acionista controlador da estatal e oriente os indicados no CA a votarem pela suspensão das privatizações.
O movimento sindical petroleiro cobra que o governo Lula assuma o controle da Petrobrás e dê sequência ao projeto que foi eleito nas urnas de resgate da soberania nacional e reconstrução da empresa, para que volte a atender aos interesses do povo brasileiro.
Nova diretoria da Petrobrás
Apesar de quase três meses do governo Lula, a diretoria e o Conselho de Administração da Petrobrás ainda seguem ocupados por indicados de Bolsonaro, que correm contra o tempo para concluir as vendas de ativos e boicotam as propostas de reconstrução da empresa.
O presidente Jean Paul Prates ocupa interinamente o cargo, pois precisa ser referendado pela AGO, e, enquanto isso, segue isolado no comando da empresa, até que a diretoria indicada pelo governo Lula assuma.
Somente nesta quarta-feira, 22, após pressão das entidades sindicais e sob a iminência de uma greve, o CA da Petrobrás aprovou a nova diretoria, que tomará posse no próximo dia 29.
Portanto, é fundamental que a categoria siga mobilizada, pressionando o governo e a nova gestão para que reveja a posição da diretoria anterior e o Conselho de Administração cumpra a orientação do MME, suspendendo os processos de venda de ativos que estão em andamento.