Os trabalhadores da Allcontrol Engenharia começaram a segunda-feira (10), de braços cruzados em protesto aos abusos trabalhistas.
Atraso salarial constante, falta de abrangência do plano de saúde na região e ausência de dependentes na assistência à saúde, além da reivindicação à implantação de um Acordo Coletivo de Trabalho.
A decisão de suspensão das atividades foi tomada por unanimidade em assembleia deliberativa realizada nesta segunda, às 8h, no Vale do Açu e contou com o apoio dos trabalhadores da operação e os que estão em home office.
Seguindo todas as medidas de segurança, distanciamento social e fazendo uso de máscaras e álcool em gel, os diretores do SINDIPETRO-RN, José Araújo(Dedé), Marcos Brasil e Rafael Matos estiveram na assembleia para ouvir o pleito da categoria.
De acordo com Rafael, a Petrobrás iniciou o contrato com a Allcontrol em 11 de agosto de 2020, com duração prevista para o período de três anos, visando a manutenção da Usina Termelétrica Jesus Soares Pereira (UTE-VLA – Vale do Açu). Em março deste ano, a empresa realiza com atraso o pagamento de parte do salário dos 36 trabalhadores contratados, um descaso com a força de trabalho. “Não demorou muito e a empresa volta a atrasar os pagamentos do mês de abril”, explica o dirigente.
Rafael relatou também que a categoria enfrenta problemas no plano de saúde, pois não oferece atendimento aos trabalhadores na região do Alto do Rodrigues. “Muitos moram no Alto ou em Assú e tem que se deslocar para Mossoró em busca dos atendimentos”. Os problemas com assistência à saúde aos funcionários da Allcontrol não param por aí. Isso porque o plano oferecido pela terceirizada é restrito aos titulares.
“Caso o trabalhador deseje acrescentar algum dependente ao plano terá que complementar com um valor extra, que gira em torno de R$ 100 reais por pessoa, essa imposição é duramente criticada pela direção do SINDIPETRO-RN porque onera ainda mais os salários dos trabalhadores que já é atingido pela inflação e o alto valor dos alimentos”, destaca Rafael.
Em contato com a direção do Sindicato, a empresa justifica que está com as contas bloqueadas pela Petrobrás por manter um débito não quitado com outra empresa de crédito, o que torna as contas irregulares pela Estatal. E por isso, suas contas e todo patrimônio da empresa está impedido de fazer transações bancárias e efetuar o pagamento dos salários em atraso.
Sobre a situação descrita, a Petrobrás informou que devido a circunstância irregular da terceirizada, já está tomando medidas jurídicas para substituição da empresa na prestação dos serviços. Com a quebra do contrato em vigor, quem assume o serviço é a empresa Perbras, a qual ganhou recentemente um grande contrato de operação no Alto do Rodrigues.
O fiscal do contrato da UTE e a Petrobrás confirmaram que estão analisando a possibilidade suspender as contas da Allcontrol para garantir o pagamento dos salários atrasados. A situação alarmante já rendeu diversas multas pela falta de compromisso da empresa em quitar o debito com a categoria. Com esse descaso os trabalhadores vãos manter a paralização e só voltam a trabalhar com os salários na conta e a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho em andamento.