“Trabalhador não é robô que você liga às 7h e desliga às 17h”, disse o secretário geral do SINDIPETRO-RN, Pedro Lúcio, durante “atraso no expediente”, realizado nesta sexta-feira, 20, na Base-34, após a Petrobrás obrigar a terceirizada ELFE a cortar a parada para o “café” dos trabalhadores. A gerência da base alegou que vem perdendo horas de serviço com as pausas e por isso esse tempo deve ser descontado na folha de pagamento.

Esse posicionamento, segundo o secretário geral do Sindicato, é um retrato do que vem acontecendo em todo o país após a vigência da reforma trabalhista. “As centrais sindicais e sindicatos alertaram que esse tipo de atitude poderia acontecer, essa reforma veio para escravizar a vida do trabalhador. É preciso que a classe empresarial entenda que nós somos seres humanos e que estamos prestando um serviço. E ir ao banheiro ou parar dez minutos para tomar café, não afetará o rendimento do trabalho. Trabalhador não é robô”, afirmou Pedro Lúcio.

O pensamento é reforçado por depoimentos da categoria. “A gente vê os demais companheiros que não atuam no setor operacional dentro das salas, se alimentando, e a gente vai ficar com fome? Cinco ou dez minutos não vão fazer diferença no nosso desempenho, muito pelo contrário. É na hora do café que a gente planeja a próxima tarefa. Tem companheiros nossos que sofrem com diabetes e precisam se alimentar em horários específicos. Sem isso, o risco de acontecer um acidente de trabalho é altíssimo”, desabafa um trabalhador que não quis se identificar.

A direção do SINDIPETRO-RN já entrou em contato com a empresa ELFE e a com a gerência da Petrobrás para tomar que sejam tomadas providências. Caso a tentativa de diálogo não obtenha êxito, novos atos serão promovidos pela categoria ainda neste mês.