Com salários ainda em atraso e sem as mínimas condições necessárias ao desempenho das atividades, os trabalhadores e trabalhadoras da Souza Neto Engenharia voltaram a entrar em greve. Aprovada por ampla maioria, a decisão foi tomada em assembleia realizada nesta terça-feira, 20, na Base-34, em Mossoró. A categoria alega não ter dinheiro sequer para o transporte e alimentação (em casa e no trabalho), além de estar descoberta pelo plano de saúde.
Presente à atividade, o coordenador-geral do SINDIPETRO-RN, José Araújo, frisou que, mesmo com a recente decisão judicial que levou à retenção de 60% de todos os valores dos contratos da Terceirizada, é importante discutir a atual situação por que passa o trabalhador. “Ele precisa conviver com o estresse de não ter recursos para seu sustento e da inadimplência do Plano de Saúde. Nunca sabe se pode utilizar o serviço, em caso de necessidade”. O coordenador disse que a Petrobrás já está ciente do descaso. A Companhia tentou um parecer jurídico para viabilizar o transporte e alimentação. Uma decisão que, na opinião de José Araújo, atrasa ainda mais a assistência ao trabalhador.
No campo, a situação é mais grave, pois além da condição de periculosidade e insalubridade com que o funcionário precisa lidar diariamente, convive agora com condições psicológicas preocupantes. Por esses motivos, analisados na assembleia, e com objetivo de preservar a saúde e a integridade física da força de trabalho, o sindicato indicou paralisação por tempo indeterminado. O movimento deve se prolongar até que a justiça libere o pagamento dos salários do mês de dezembro para todos. “Assim que os recursos forem disponibilizados, será convocada uma nova assembleia para decidir se há condições para retornar às atividades. A única forma de vencermos as dificuldades será por meio da união de todos, pensem no coletivo”, aconselhou Araújo. A perspectiva para depósito dos salários é de 10 a 15 dias úteis.