Nesta terça-feira, 15 de janeiro, trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás, lotados no Ativo de Produção do Alto do Rodrigues, voltaram a atrasar o horário de embarque em Natal. O retardamento da viagem, que já havia sido realizado pela turma que embarcou ontem, foi a forma encontrada pela categoria para manifestar a insatisfação com as consequências das mudanças nos procedimentos de transporte, recentemente impostas pela Gerência da UO-RNCE. Na prática, o novo padrão acarreta um sequestro ainda maior das horas destinadas ao descanso dos trabalhadores.

Com a justificativa da necessidade de prover maior segurança aos esquemas de transporte, mas sem qualquer discussão prévia com a categoria sobre as consequências das medidas, a Gerência determinou que as viagens de transporte de empregados da Companhia sejam realizadas com velocidade máxima de 80 km/hora, adotando o padrão em todas as áreas da região.

Com isso, trabalhadores e trabalhadoras que já tinham que se acordar às três horas da manhã para se deslocarem de suas casas até o local de embarque, agora, nos dias de desembarque, saindo do ATP-ARG às 17h40, deverão chegar a suas residências por volta das 22 horas. Dessa forma, em razão da medida, cerca de 10 horas do período de folga dos trabalhadores passa a ser consumido em função de necessidades do trabalho.

Naturalmente, trabalhadores e trabalhadoras jamais serão contrários a medidas que venham a melhorar as condições de segurança, seja no exercício de atividades profissionais, seja enquanto se encontrarem à disposição da Companhia. O que não se pode aceitar, entretanto, é que novos procedimentos, impostos unilateralmente, impliquem em ônus exclusivo para os empregados, como é o caso em questão, distorcendo ainda mais a jornada inerente ao regime de trabalho.

Avanço – Se foi determinante, não podemos afirmar. O fato é que um problema denunciado pelos trabalhadores na manifestação realizada ontem, e divulgado aqui, parece ter sido resolvido: a inexistência de local adequado para pernoite dos motoristas e guarda dos veículos. Sem dúvida, um avanço.

Agora, em busca de diálogo e soluções, trabalhadores e trabalhadoras aguardam até a próxima semana. A proposta é que a Empresa também absorva parte das horas comprometidas com o novo procedimento. Assim, o horário de embarque passaria para as seis horas da manhã, juntamente com o de outras turmas, e o desembarque seria efetuado às 17 horas.