A Diretoria do SINDIPETRO-RN vem a público manifestar a sua mais ampla solidariedade aos familiares das vítimas e a todos os atingidos pela tragédia provocada pelo rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG), ocorrido na última sexta-feira, 25. Ao mesmo tempo, este Colegiado repudia a Direção da empresa transnacional Vale S.A., assim como todas as autoridades direta ou indiretamente responsáveis por mais um acidente de grandes proporções, em que são registradas perdas humanas e elevados custos sociais, econômicos e ambientais.

Segundo informações obtidas na manhã deste domingo, 27, há confirmação de 37 mortos e pelo menos 256 pessoas se encontram desaparecidas. Às 5h30, uma sirene foi acionada por risco de rompimento de outra barragem e, em razão disso, as buscas tiveram que ser suspensas, obrigando cerca de 20 mil moradores de várias comunidades próximas a deixarem suas casas. Do ponto de vista ambiental, a Defesa Civil confirmou o alerta para o leito do Rio Paraopeba, que abastece parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, e que poderá ter a qualidade de sua água comprometida, devido ao avanço dos rejeitos.

Passados pouco mais de três anos da catástrofe de Mariana, a vergonhosa história se repete. Provocada pelo rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, controlada pela Vale S.A. e pela australiana BHP Billiton, essa estrutura também era considerada pela empresa e pelos auditores contratados como de “baixo risco”. O rompimento do Fundão – avaliado como o maior desastre ambiental da história do Brasil, deixou um saldo de 19 mortes e causou uma enxurrada de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues (MG), percorrendo o Rio Doce por 663 km, até encontrar o mar, no município de Regência, no Espírito Santo.

Tal histórico, que conta ainda com o recente desastre causado pelos vazamentos da barragem de rejeito da empresa norueguesa Hydro Alunorte, em Barcarena, no Pará, em 2018, demonstra que é necessário uma revisão completa dos modelos de gestão e monitoramento das barragens existentes em nosso país, inclusive, das barragens hídricas. É indispensável fortalecer o aparato estatal garantindo estrutura, recursos humanos e materiais aos órgãos fiscalizadores, a fim de que se verifique a prevalência de interesses econômicos sobre a segurança e a técnica.

É fundamental, ainda, apurar rigorosamente as causas dessas tragédias, punindo exemplarmente os culpados e demais responsáveis. Neste momento, entretanto, é urgente direcionarmos nossa solidariedade a todos os atingidos por mais esse crime, apoiando o processo de resgate das vítimas, a organização de novas ações de busca, a promoção de apoio psicossocial e a distribuição bens de primeira necessidade, entre outras ações emergenciais. Para tanto, o SINDIPETRO-RN pede o seu apoio, colaborando com o Movimento pelos Atingidos por Barragens – MAB.

Natal (RN), 27 de janeiro de 2019

Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN