Nesta sexta-feira (18) a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) realizam ato conjunto, às 7h, no EDISE, no Rio de Janeiro. A Petrobras receberá neste dia propostas para a venda dos campos terrestres. José Araújo, presidente do Sindicato dos petroleiros do Rio Grande do Norte, saudou a unidade e disse que o objetivo do atual comando da estatal é privatizar a Petrobras e esvaziar o papel da empresa no desenvolvimento do país.
O dirigente que está no Rio de Janeiro para participar do ato desta sexta representa o Sindipetro-RN, entidade filiada à FUP. Para Araújo, é preciso “ousar mais” na unidade para resistir ao governo de Michel Temer que quer desmontar a Petrobras aos pedaços e comprometer o futuro da estatal.
“Só a Unidade na Luta será capaz de apontar e abrir caminhos, organizar a luta e a resistência. Superado este nosso problema, estaremos aptos para, juntos com as Centrais Sindicais, deflagrarmos a Greve Nacional por pelo menos 72h, que tanto almejamos”, opinou o sindicalista.
De acordo com ele, a luta dos trabalhadores são: “a defesa do Pré-Sal, do Petróleo Brasileiro e da Petrobras, e que a empresa esteja inserida em um projeto de desenvolvimento nacional”. Araújo, que é diretor da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) fez circular entre os trabalhadores o texto “Unidade na Luta já” com o posicionamento do Sindipetro-RN e da CTB.
Sintonia
Na terça-feira (15), a FUP divulgou chamado às entidades não filiadas para a unificação para os atos desta sexta. No dia seguinte a FNP aceitou o convite e ressaltou que as lutas da entidade “vão além do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e da defesa da Petrobras, é uma luta conjunta em defesa da soberania deste país”, diz trecho da carta da FNP.
A FUP complementou: “As direções sindicais demonstrando maturidade de unirem nessa hora de desmonte da Petrobras darão mais um estímulo para a categoria aderir à luta. A união de todos os petroleiros será nossa maior força”.
Passos importantes
Divanilton Pereira, diretor da FUP e secretário da CTB, afirmou que a unidade dos trabalhadores é “condição chave” para o enfrentamento de quaisquer circunstâncias políticas. “Hoje, sob uma condição política bem mais desfavorável, os passos começam a serem dados”, opinou.
De acordo com ele, a CTB buscava essa unidade desde o período Lula-Dilma quando argumentava pela unidade de todos os sindicatos existentes na categoria. “Seja na FUP ou em outras instâncias, inúmeros documentos elaboramos e circulamos fundamentando nossa opinião. A CTB realizará novamente todos os esforços para que alcancemos a coesão ainda maior dos petroleiros de todo o Brasil”, enfatizou Divanilton.
Desigualdade regional
“A atuação da Petrobras nos campos terrestres, principalmente no nordeste, ajuda a diminuir as desigualdades regionais e ajuda também na melhoria da qualidade de vida das populações residentes nas áreas dos campos”, explicou José Araújo.
Segundo ele, a produção dos campos em terra no Brasil significa menos de 1% mas no Rio Grande do Norte, que produz 65 mil barris por dia, a presença da estatal representa 47% de toda a atividade industrial do estado.
“Além da geração de emprego, royalties, a Petrobras atua em programas sociais voltados para crianças, capacita comunidades do litoral, atua junto a comunidades de pescadores, indeniza pequenos agricultores em áreas que foram utilizadas para a produção de petróleo. Constrói teatros e centros culturais em diversos estados do Brasil onde tem a empresa instalada”, exemplificou Araújo.
Fim do desenvolvimento
Segundo ele, essa face do compromisso social com a qualidade de vida da população vai desaparecer com a privatização. Ele citou o exemplo das empresas estrangeiras ou de capital estrangeiro que atuam no nordeste sem o compromisso com o desenvolvimento do país. Entre elas Central Resource, UTC e Petrosynergy.
“A política da Petrobras como instrumento de desenvolvimento do país avançou com os governos Lula e Dilma. O governo golpista está levando velozmente a Petrobras para um retrocesso”, declarou Araújo.
O dirigente se refere à venda de ativos da estatal, que sob o comando do presidente Pedro Parente, tem ocorrido em tempo recorde. O Projeto de Lei (PL) 4567/16, do ex-senador José Serra, atual ministro do governo Temer, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e aguarda a sanção presidencial. De acordo com o texto, a Petrobras deixa de ser operadora exclusiva na exploração da camada do Pré-Sal.
SERVIÇO
Ato em defesa da Petrobras e contra a privatização da estatal
Dia: 18 de novembro (sexta-feira)
Hora: 7h
Local: Edifício Sede da Petrobras (Av. República do Chile, 65 – Centro, Rio de Janeiro – RJ) 20031-912